domingo, 13 de novembro de 2011

Nan Goldin


Esses dias fui numa expo aqui em Sampa, aonde conheci a Nan Goldin, fotografa incrivel que relata a vida de seus amigos desde os 15 anos.
Em 8 fotos ela conseguiu contar uma das historias mais tristes que ja vi. Chorei bastante depois de ver o trabalho. Arte é isso, mexe com a gente de formas muito estranhas, nos tira de certos paramentros, nos traz para outros que ja conhecemos. Viva Nan Goldin, viva!

I used to think that I could never lose anyone if I photographed them enough. In fact, my pictures show me how much I’ve lost. – Nan Goldin – “Couples and Loneliness”

I knew from a very early age, that what I saw on tv had nothing to do with real life. So I wanted to make a record of real life. That included having a camera with me at all times. – Nan Goldin


sexta-feira, 5 de março de 2010

dias de ocio

Depois de 1 ano e meio, quase 2 anos em total movimento, sem nenhum momento realmente ocioso, tive 3 dias assim. Tive dias de descanso, tive férias, mas ócio por ócio só ficando doente mesmo. Ficando doente, percebi o que estava faltando: ócio.
Essa pausa verdadeira é aonde identificamos na mente coisas que queremos colocar em prática, por não estarmos agindo ativamente as coisas simplesmente surgem, como um grito leve, como um canto...
E foi isso que aconteceu, tudo que estava guardado se mostrou, tudo que estava abafado arejou.
Eu ja nao me lembro mais o que passou, so sei que tem q deixar sair.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

aumento e decrescimo

Estou precisando de um aumento.
Aumento de qualidade de vida
aumento de compreensão
aumento de tempo em casa
de tempo pra pensar
aumento de exercicios
aumento de livros lidos
aumento de filmes vistos
aumento de beijos roubados
carinhos velados
aumento de amor em volta
aumento de tempo com os amigos
aumento de espaço dentro de mim
para acolher os outros

e decrescimos
decrescimo de pensamentos inuteis
decrescimo de intolerancia
decrescimo de exigencias
decrescimo de horas trabalhadas fora e dentro de casa
decrescimo de ligações na minha mesa
decrescimo das grades que tem aprisionado o amor que existe em meu coração
amor esse tão bom para os que estão em volta e para mim

sem aumentar, não consigo distribuir
estou precisando sair daqui.

domingo, 29 de novembro de 2009

a cada passo

Cada passo que dou é um pulo.
Um pulo pro real.
pro imaginário
Um pulo pro sonho ou desconfiança.
Cada passo tem a força dos meus tempos, das minhas eras, de anos atrás.

muitos séculos se passaram até eu chegar aqui.
num lugar novo, vida nova e sentimentos antigos.

O que me impulsiona é uma brecha de luz.
que me guia e me aconselha sem que eu proprimente entenda de onde vem.
Vem de dentro, do fundo, pra frente.

Me guio pelo que sinto.

O sentimento é o menos palpável e a mais correta bula para um destino que só eu posso traçar, de acordo com as coisas que me fazem bem.
Quando me faço bem, faço bem também ao próximo e tudo parece estar em harmonia.
...engraçada essa matemática do que podemos mudar.

e assim sigo.
sigo encontrando e perdendo meu caminho.
entre ego, coração e as coisas que me impulsionam a agir igual, deixando de lado o que me faz melhor.

tentando mudar os meus passos, tentando andar não só a passos retos e coluna ereta, mas de lado, abaixada, rastejando, dançado, pulando. às vezes parada.

E quando parada, sinto a força da correnteza me puxar,
aquela luz, sim, ela mais uma vez me mostra o caminho
e depois de ter medo eu sigo, sem ele
E me esclareço
não me contento com meias verdades,
não me conformo com o que sinto que posso mudar.

Quero ser; plena, feliz.
e que os outros, de algum jeito, encontrem seus caminhos,
nem que seja para se perderem e encontrarem-se novamente
lá na frente.

porque as vezes vamos até o sotão...

e lá encontramos uma elevador secreto para o penúltimo andar


aquele, antes da cobertura.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

No Metro

Hoje no metro percebi umas coisas.
As 17:00hs era IMPOSSIVEL pegar metro em direção a zona norte. Os 2 primeiros vagões sempre vinham vazios e apagados, as pessoas tinham que se espremer no que sobrava dos vagões. Havia pessoas que já tinham deixado de pegar o metro pela terceira vez. Todo mundo sabe que brasileiro quando precisa não é cidadão, mas uma massa, uma massa que se aperta que nem sardinha e não se incomoda, o que importa é o objetivo final, seja la qual ele for: cerveja, festa, chegar em casa, viajar, ou simplesmente pegar o trem porque tem que pegar o trem. Eu não entendo muito dessas coisas, confesso. Eu prefiro esperar, mas eu que não entendo mesmo porque sei la, tem coisas que não devem poder esperar. Hoje eu não tinha hora pra nada, fui resolver umas coisas que precisava, fiquei com medo porque to meio doente, mas fui. Então pra mim que olhava de fora, que não tinha nenhuma obrigação a não ser a principal, cuidar da minha saúde, isso tudo me pareceu muito surreal, e me deixou triste. Fiquei vendo as feições insatisfeitas das pessoas, rostos insatisfeitos na cidade. A maioria saindo do trabalho, querendo ir pra casa. Muitas muitas expressões franzidas, muitos olhares voltados para o chão sem nem perceber o que estava em volta, muita muita pressão, uma bruma de mau-humor, de saco-cheio, revolta mal dirigida. Não quero falar mal do metro, nem do sistema, não, hoje não. Resolvi observar o vagão das mulheres e a cena era a mesma, se eu tivesse uma câmera de filmar comigo vocês iriam entender. No vagão misto os homens entravam a forca, as pessoas empurravam la de dentro, eles do lado de fora faziam tudo para entrar, encaixar, acotovelar, se espremer pra qdo a porta fechar e fingir que cabe. Gritos, confusão, algumas expressões perplexas, outras sem expressão nenhuma. Quase um estupro, mesmo. No vagão das mulheres foi um pouco melhor e mesmo assim as mulheres estavam mega espremidas e felizes por serem mulheres e terem um vagão menos ultrajante talvez. O guarda chamou a atenção de dois homens que estavam no vagão feminino eles tinham a mesma expressão dos que forçaram a entrada no vagão misto: não é comigo, eu faço o que eu quero, nem tente falar nada que eu sou macho, eu bato, eu mato eu vou aonde eu quiser. O guarda que não é bobo, ficou quieto. Depois disso não aguentei. Sai do metro, já tinha visto demais. Fui andando ate a Cinelândia aonde me distrai numa ferinha, e pensei porque as pessoas não podiam fazer o mesmo pra driblar esse estresse no metro. Assim como os motoristas fazem com o transito. Esperam passar um pouco para voltarem tranqüilos pra casa. Eu esperei, tomei uma água com gás, tomei as 3 pílulas que deveria ter tomado as 17hs e como estava quente, resolvi pegar o metro de novo, estava receosa de ter que ver aquilo tudo outra vez, mas também curiosa quanto a minha tática de esperar o clima acalmar. Essa foi a parte mais bizarra. Descendo na estação da Cinelândia, assim como na Carioca (onde eu estava) na mesma plataforma tem o lado da Z Norte e o lado da Z sul. Do lado da Z Norte o vagões CONTINUAVAM bem cheios, mas as pessoas me pareceram mais calmas, a Cinelândia não é uma das estações mais movimentadas, a Carioca é bem mais. Apaguei da minha memória se alguns desistiram de entrar ou não, simplesmente não lembro. Olhei para o lado da Z Sul: muito menos pessoas esperando, as pessoas calmas sabendo que iam voltar pra casa normalmente. Mas o que me deixou mais perplexa foi a diferença de expressão, diferença na forma de se vestir, diferença de classes, quantidade de pessoas nos vagões. Diferença de como o cidadão da Z Sul tem mais privilégios que os da Z Norte. Tudo isso me intrigou e me chamou atenção. Comecei a pensar em como era bom trabalhar na Urca, em como era bom morar em Copacabana, como eu era privilegiada pelo simples fato de não trabalhar no centro da cidade. Resolvi pensar um pouco diferente no meu dia-a-dia, não tenho aporrinhações no caminho do trabalho, mas pensando bem agora, tenho muitas aporrinhações NO trabalho. Enfim, vendo isso tudo percebi que sim, sou privilegiada em alguns aspectos, mas percebi também que eu não quero fazer parte disso. Não quero andar na rua com pressa olhando pro chão com um único objetivo de chegar em algum lugar, não quero fazer isso no caminho do trabalho, nem no trabalho, nem em lugar nenhum. Parei mais uma vez pra pensar no que eu quero, e ai um monte de questões surgem outra vez. Resolvi então não pensar muito e tentar viver um dia de cada vez, aproveitando a paz do 511, a beleza da Urca, a praia de Copacabana. Mas ainda assim, acho que fazer o que se gosta é mais importante e isso pode fazer com que todos esses percalços do dia-a-dia se tornem suportáveis. Não aonde você trabalha ou com quem, mas o que você faz. Aconselho a todos um dia fora do trabalho pra observar melhor o nosso próprio dia-a-dia e o dos outros...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

So love is..

fotos 491


Ontem eu pensei nessa frase e lembrei desta foto que tirei num banheiro em Chicago.
Tinha pensado em postar ela ontem, corrigi a cor dela e deixei no desktop.
Hoje alguem escreveu essa mesma frase. Certas coisas estranhas temos que respeitar...
ta ai.

domingo, 1 de novembro de 2009

Coco Chanel

Hoje eu vi o filme sobre a vida de Coco e me identifiquei muito com ela, pelo menos com a personagem do filme.

Coco era mau-humoradinha e falava o que pensava, detestava autoridade e era uma mulher independente e orgulhosa. Nao aceitava as coisas faceis, nao queria depender de ninguem, se vestia simplesmente, gostava de conforto e tambem da verdade e respeitava seus sentimentos. Chorei 3x no filme, acho que eu estava precisando chorar tambem.
Fiquei sabendo depois que a historia eh adaptada, nao eh totalmente fiel a historia original. No filme, o homem que ela ama se casa com uma inglesa por questoes sociais, mas eles continuam sendo amantes. Na historia real diz-se que ele termina o relacionamento com ela quando se casa.
Na verdade, a parte bonita eh quando ela percebe que esta amando, que toda a sua fortaleza se rende ao amor deste homem. Inclusive sua independencia pois eh ele quem a ajuda a abrir sua primeira loja, ele foi muito bacana ajudando-a nessa empreitada, depois percebe que havia dado a Coco a verdadeira liberdade na sua epoca. Coco nunca se casou e nao dependia de ninguem, abriu seu negocio com a ajuda dele (Arthur Capel), mas nao dependia dele depois disso, nao era sua esposa e nao tinha e nem queria depender dele, ela fugia dos papeis normais da mulher: esposa ou cortesa.
Devo culpar um pouco a Coco por ter ajudado na emancipacao da mulher, e isso eh complicado de pensar positivamente nos tempos de hoje que as mulheres estao sobrecarregadas e desvalorizadas, tenho minhas duvidas de ate aonde essa emancipacao eh positiva e real, mas isso fica pra outro dia...
O filme na minha opiniao eh bem interessante porque na verdade Coco chegou a Paris sendo cortesa de um homem rico, mas o retrato de Coco como cortesa eh bem natural, geralmente vemos filmes mostrando cenas barbaras desses momentos, claro que o roteirista e o diretor amenizaram para o nosso publico, e acredito que na epoca deviam tratar as cortesans como algo normal na sociedade, elas nem sempre participavam realmente da vida dos aristocratas, mas eles eram o caminho para que elas pudessem fazer alguma coisa, se tornarem atrizes, cantoras, estilistas... no caso raro de Coco.
Nossa heroina ficou exilada na Suica por ter tido um caso amoroso com um oficial Nazi na guerra. Minha irma recebeu essa noticia como nojo, eu achei normal, sei la que tipo de Nazi ele era, que tipo de pessoa, como lidava com a historia, enfim, mesmo estando numa epoca avancada da historia, quando olhamos para tras nao percebemos o nosso julgamento, vivemos em outra epoca e o passado eh escandaloso assim como o futuro poderia ser para eles.
Se fossemos pensar que hoje em dia as mulheres dividem as contas do jantar, do motel, do taxi com os homens numa primeira noite, que sao muitas vezes mais bem sucedidas que eles - mas sem os mesmos privilegios - que as maes alem de cuprirem o papel de maes trabalham e tambem sustentam a casa, que as mulheres vao de biquini a praia, que mesmo depois de tanto tempo passado a mulher continua usando seu corpo como moeda de troca, ou seriam os homens continuam demandando esse tipo de comportamento, assim como eram as cortesans... Que os casais ja se casam sabendo da possibilidade e facilidade de separacao, que os relacionamentos ja nao duram tanto quanto duravam... As vezes eu acho que pro homem ficou mais facil, mais igual. Mesmo o mais loser dos homens nao ficara sozinho e o homem mais cobicado, mais rico, podera fazer o que bem entender como sempre foi. Muitos homens hoje nem se comportam de acordo com esse rotulo, de ser homem, apenas se acomodam e esperam as coisas acontecerem. Para as mulheres melhorou no sentido de o homem ja nao ter tanto poder direto sobre elas, de elas nao serem mais tao dependentes, mas acho que o campo dos relacionamentos ficou baguncado com isso.
Ai que fica a licao de Coco. Seja quem voce eh e viva sem rotulos, talvez essa seja uma forma mais real e segura de encarar a vida.

Sim, o mundo anda bem esquisito... Nem la, nem ca, nem o completo oposto do que era.

Hoje tenho mais orgulho quando uso meu perfume Coco Mademoiselle de Chanel que dizem por ai seria a fragrância que Coco usaria se tivesse 21 anos no inicio do século XXI e foi criado para evocar o espirito idependente da jovem Coco.
Bacana!